ECCOA com Novo Nome?
Difícil conceber que no ano de 2021 a humanidade ainda tenha como pauta discutir a validade da ciência.
Infelizmente já não se torna raro discussões quanto a forma da Terra, eficácia de vacinas, tratamentos terapêuticos, dentre outras situações que já se acreditava ultrapassadas no atual momento histórico.
Também a religião enfrenta este momento de reflexão, existindo interpretações de textos sagrados de forma mais literal, menos hermenêutica.
Importante assim a inclusão do vocábulo ciência no projeto ECCOA, adotando a denominação Encontro de Catequese, Ciência, Oração e Arte.
Mas o tópico merece análise e provocação.
Religião e Ciência, ao contrário do que muitos acreditam, não se excluem, mas se completam, cada qual preenchendo lacunas da existência do mundo e do homem que a outra não contempla. São faces de uma mesma moeda, são elos de uma mesma verdade.
Sob tal enfoque, importante é que a catequese também não exclua a ciência em seus encontros. O científico também é parte do milagre da vida, em sua gênese.
Ilustrativamente, observando o Livro do Gêneses, que trata da Criação do Mundo por Deus, não se vislumbra uma competição entre Fé e Ciência – mas sim perfeita harmonia.
A ciência apresenta a teoria do BigBang como início do cosmos. A religião pontua este momento como prova do poder divino de Deus, nos dando a oportunidade da vida, criando a luz, a terra, as águas e os animais.
Contudo, ainda que complementares, importante é reconhecermos que Religião e Ciência devem ter cada qual seu momento, conforme o objetivo do estudo.
Ao tratarmos de catequese, conforme posto, a ciência também deve estar presente, mas ela não pode ser mais importante que a oração, que o divino. A catequese resplandece um momento de Profissão de Fé – este é o momento essencial do encontro.
O enfoque da catequese é apresentar a fé e a boa nova como a tela principal, tendo a ciência como complemento. A finalidade da catequese é apresentar o Reino de Deus, o Mistério da Fé – é Oração em primeiro plano.
A provocação que se busca na presente análise é sob este aspecto, de trazer ao desavisado, que simplesmente vê o título, mas não lê a obra, a conclusão que a ciência vem antes da oração e da fé.
Neste sentido é importante questionar se a inclusão do vocábulo “ciência” antes da “oração“, na nova nomenclatura do projeto ECCOA, não transmite ideia distinta a almejada, valorando o científico em detrimento do divino.
É a provocação que se apresenta.